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Como sei se meu projeto de inovação está trazendo resultado?

Antes da pandemia do novo coronavírus uma frase comumente falada no meio corporativo era: “precisamos inovar para nos manter competitivos”. Para Steve Blank, empreendedor em série do Vale do Silício e referência no mundo da inovação, as empresas precisam ser ambidestras, ou seja, simultaneamente executar seu core business e inovar.

O LinkLab têm mais de 30 corporates de variados setores, cada uma com sua estratégia de inovação, que anda sempre lado a lado com a estratégia da empresa. O programa possui metodologia própria de inovação aberta com vários tipos possíveis de relacionamento entre corporates e startups, o que auxilia as corporates na definição de escopo e no andamento do projeto.

Entretanto, muitas empresas enfrentam dificuldades ao tentarem inovar. Não conseguem priorizar os projetos de inovação, não sabem como fazer com que todos da organização comprem a ideia e estejam alinhados com a estratégia, ou o quanto investir e como avaliar o retorno da inovação. É vital inovar e trazer essa cultura para dentro da empresa, mas a pergunta essencial é: “como implementar e medir o impacto de uma estratégia de inovação?”. É necessário utilizar métricas para medir esses resultados, pois segundo Peter Drucker “se você não pode medir, não pode gerenciar”.

Um equívoco comum para as empresas que estão dando os primeiros passos em projetos de inovação é medir apenas com métricas focadas em resultados financeiros e esperar que esses resultados ocorram em curto prazo. Isso pode gerar frustração e dúvidas quanto a real efetividade de projetos de inovação, já que na maioria das vezes os resultados aparecem em médio a longo prazo.

É preciso ter cuidado para não se apoiar em métricas de vaidade; métricas bonitas em números mas que não informam como esses números se transformam em receita, valor e conversão, ou seja, métricas que não ajudam a tomar decisões de negócio de forma acertada. Algumas métricas de vaidade tem seu valor, mas não merecem tanta atenção quanto métricas mais estratégicas.

É importante a diretoria e toda a empresa entender que projetos de inovação podem fracassar, por ser algo novo e muitas vezes experimental. Por isso o conceito de fail fast (errar rápido), defendido por Eric Ries em seu livro: A Startup Enxuta. O conceito procura retirar o peso da palavra “fracasso”  e designar a ele a conotação de aprendizado, de que conhecimento adquirido após tentativa frustrada, aumentando as chances de sucesso em um projeto futuro.

Medir os resultados dos projetos de inovação é vital para toda empresa, mas é importante entender que eles estão mais propensos a desvios e raramente aparecem em curto prazo. Antes que a empresa entre no barco da inovação e comece a navegar, é preciso que os responsáveis deem um passo para trás e se perguntem: “o que minha empresa espera obter com inovação?”.

O sucesso em projetos de inovação significa algo diferente para cada empresa. Pode significar novos produtos e serviços agregados ao portfólio da empresa,  ou pode significar novos métodos de trabalho e até mesmo novas parcerias comerciais.

É preciso construir essa definição com atenção e então balizar os indicadores de inovação. Porém a definição de sucesso não está escrita em pedra, é importante revisita-la para entender se ainda faz sentido e se permanece alinhada com a estratégia da empresa. Após a definição dos resultados esperados com a inovação, é preciso levantar os indicadores para os projetos de inovação.

Os indicadores são uma forma de medir se a ação ou conjunto de iniciativas está atendendo aos objetivos propostos pela empresa, para que os gestores possam entender se percorrem o caminho certo. Uma forma comum de medir os o resultado dos projetos é através de KPIs, sigla em inglês para Key Performance Indicator – Indicador-chave de Performance. KPI é todo dado que auxilia a entender o funcionamento e os resultados de uma estratégia.

Existem diversos indicadores que podem ser analisados, como os indicadores de produtividade, de qualidade, capacidade e indicadores estratégicos. É fundamental que a empresa saiba quais os indicadores chave a serem usados na estratégia.

O LinkLab coleta diversos KPIs para medir o nível de sucesso do programa. Eles são coletados mensalmente por cada unidade do LinkLab e registrados no Airtable, gerando gráficos que possibilitam uma gestão visual dos indicadores. São mais de 15 KPIs coletados mensalmente, dentre eles: startups inscritas no programa por mês, quantidade de pitches realizados por cada corporate, startups prospectadas por mês para cada corporate, total de projetos ativos por tipo de relacionamento, volume de negócios gerados, entre outros.

As corporates do LinkLab também coletam KPIs para fazer o acompanhamento das métricas relacionadas a inovação, como: conversão de pitches realizados em projetos, porcentagem de faturamento em novos produtos oriundos da inovação e quantidade de pitches realizados por mês. Além disso, dentro de cada projeto ativo, são definidos outros KPIs para avaliar o sucesso de cada um desses projetos.

Outra ferramenta muito utilizada são os OKRs, sigla em inglês para Objectives and Key Results – Objetivos e Resultados Chave. Os OKRs representam uma boa forma para acompanhar os objetivos e os resultados dos projetos de inovação.

A ferramenta é dividida em dois eixos: os objetivos – o que eu quero alcançar, e os resultados chave- como se orientar para entender se atingirei os objetivos. O objetivo é sempre qualitativo e os resultados chave quantitativos, os objetivos devem ser claros, de fácil entendimento e aspiracionais, já resultados chave são utilizados para indicar se o objetivo foi atingido até o final de período. Por meio deste artigo é possível se aprofundar e aprender como aplicar a ferramento com o time de inovação

Gestão das métricas, utilizar ferramentas pode ajudar!

Utilizar métricas para avaliar o sucesso dos projetos de inovação é vital, mas também é de suma importância que os times de inovação da organização como um todo acompanhem essas métricas e o andamento dos projetos. Há muitas ferramentas interessantes e visuais no mercado que podem auxiliar na divulgação das métricas e resultados. Dentre elas, há o Coblue – gestão de OKRs, Power BI, Google Data Studio, Airtable – gestão de KPIs e métricas, entre diversas outras.

Implementar a cultura de inovação na empresa é uma tarefa difícil e um caminho longo a trilhar, mas entender o que sua empresa espera obter com inovação e usar os indicadores certos para medir os resultados dos projetos é um ótimo passo para iniciar essa caminhada.

*por Eduarda Talavera – Fonte: LinkLab