SC tem mais de 27,6 mil empresas de tecnologia, aponta Observatório ACATE
O setor de tecnologia de Santa Catarina é um dos que mais cresce em número de empresas no Brasil. De acordo com o estudo Observatório ACATE 2024, lançado pela Associação Catarinense de Tecnologia, o estado atingiu o total de 27,6 mil negócios em 2023, registrando uma taxa de expansão de 18,3% no ano. A evolução do segmento é constatada em todas as mesorregiões estaduais e acompanha tendências de mercado como a digitalização.
No Brasil são mais de 587,2 mil empresas de tecnologia e, com a abertura de novos CNPJs, o país obteve o crescimento de 15,4% em 2023. Acima da média nacional, o setor catarinense apresentou um desenvolvimento exponencial com a geração de 13.414 novas empresas ao longo dos últimos quatro anos, significando uma alta de 94% – a 4ª maior taxa de aumento no número de empresas do país e a 1ª dentre as Unidades Federativas (UFs) do Sul e Sudeste.
No período de 2020 a 2023, a média anual de empresas criadas em Santa Catarina foi de 4.471 – representando uma taxa média de crescimento de 24,85%.
A empresas de tecnologia catarinenses representam 4,7% do total de negócios do setor brasileiro, o que consolida o estado como o 6º maior polo – atrás apenas do eixo Rio-São Paulo, que representa o principal centro econômico do país, e dos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, os quais também se destacam economicamente e possuem populações maiores do que SC.
Setor de tecnologia de SC: Uma história de crescimento ao longo dos anos
O setor de tecnologia catarinense teve suas primeiras empresas criadas na década de 1960 e atingiu a marca de 100 empresas entre 1986 e 1987, primeiros anos da ACATE. Naquele período, a Associação nascia, em Florianópolis, a partir da união de cerca de 10 negócios com o objetivo de fortalecer o setor e oferecer suporte para empreendedores que surgiam no mercado.
A pouco menos de 10 anos da fundação da ACATE, em 1995, o setor obteve o reconhecimento da tecnologia da informação como atividade econômica no Brasil. Na época, o segmento em Santa Catarina ultrapassava o total de 600 empresas. No início dos anos 2000, período em que o país deixava para trás as dificuldades macroeconômicas da década passada, como a alta da inflação, e se encaminhava para um momento mais próspero economicamente tanto para o Brasil quanto para o estado, a geração de negócios em SC acelerou e a quantidade empresas atingiu o dobro do registrado em 1995.
Na metade dos anos 2000, o setor de tecnologia obteve outras conquistas como a maior clareza sobre as atuações dos profissionais da área a partir reformulação da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), em 2005, e também a implementação do CNAE 2.0, em 2006, que passou a abranger mais atividades econômicas de informação e comunicação. Nesses anos, SC ultrapassou o total de 2.000 empresas de base tecnológica.
No final da década de 2000 e início dos anos 2010, a economia global é impactada por uma crise financeira ocasionada pela grande recessão. Na época, o setor de tecnologia catarinense manteve o ritmo acelerado de crescimento no número de empresas, passando de 3.527, em 2010, para 6.217, em 2015. Já em 2017, a retomada econômica impulsionou a abertura de empresas, atingindo o total de 14.249, em 2020, e chegando a 27,6 mil, em 2023.
A história do desenvolvimento das empresas de tecnologia em SC é sustentada por iniciativas que foram criadas ao longo dos anos com o objetivo de apoiar empreendedores desde a geração até o fomento à longevidade de negócios no ramo.
Entre os programas mais duradouros estão as incubadoras Celta (Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas) – fundada em 1986, foi a primeira incubadora do Brasil – e MIDITEC, gerida pela ACATE e mantida pelo Sebrae Startups, – que completou 26 anos em 2024 e já foi eleita por três vezes uma das cinco melhores do mundo pelo UBI Global, além disso, nos últimos anos teve a sua metodologia aplicada em uma rede de incubadoras catarinenses e temáticas.
O desenvolvimento das empresas de tecnologia nas mesorregiões catarinenses
As empresas de tecnologia estão presentes em todas as mesorregiões de Santa Catarina. A maior concentração situa-se na Grande Florianópolis, a qual possui 9,3 mil negócios, de acordo com o Observatório ACATE 2024. Na sequência, o interior do estado soma em torno de dois terços do total. O Vale do Itajaí, tem mais de 7,2 mil empresas; o Norte Catarinense, reúne 4,8 mil; o Oeste e o Sul do estado, com cerca de 2,7 mil cada; e, por fim, a região Serrana tem 668 negócios.
Os polos de tecnologia catarinense contribuem para o crescimento exponencial do setor. A expansão entre 2021 a 2023 foi liderada pelas regiões Sul do estado e da capital – ambas apresentaram taxas de evolução superiores a 50%, com 960 e 3.227 novas empresas, respectivamente. As demais regiões tiveram altas entre 40% e 47% no total de CNPJs.
Digitalização do setor de tecnologia
O crescimento do setor de tecnologia nos últimos anos aponta não apenas para uma tendência de desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, mas também para o cenário de maior utilização das tecnologias para a existência dos negócios. A digitalização do mercado está em processo de expansão desde o período pré-pandemia, conforme aponta o Observatório ACATE.
Entre as novas empresas de tecnologia de Santa Catarina, o exercício das atividades de forma online era de cerca de 5%, em janeiro de 2020. Durante a pandemia, a digitalização do setor foi acelerada pela necessidade de adaptação dos negócios ao modelo remoto. Em 2023, a presença virtual atingiu o percentual de 23% e consolidou o estado entre os cinco primeiros com a maior abertura de empresas que exercem suas atividades via internet.
Sobre o Observatório ACATE
As informações do Observatório ACATE têm como fonte principal um Sistema de BI desenvolvido pela entidade com base em dados levantados pela Neoway e fontes como a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). O levantamento contempla a quantidade de empresas em atividade, faturamento, número de empreendedores e trabalhadores. As atividades econômicas que identificam o setor seguem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), e se dividem em Hardware, Software e Serviços.
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