Security Tech Day 2024: Confira destaques sobre tecnologias e resiliência para o futuro da segurança
O Security Tech Day 2024 reuniu mais de 200 pessoas no Centro de Inovação ACATE Primavera, em Florianópolis, em um evento com o objetivo de proporcionar a conexão de empresas, instituições e indivíduos ao futuro da segurança. A 3ª edição do encontro foi realizada no último dia 30 de outubro, e contou com palestras, painéis, feira de negócios e lançamentos de livros em cerca de oito horas de atividades.
O evento foi palco para discussões sobre Inteligência Artificial (IA), fraudes eletrônicas e proteção de dados no contexto de cibersegurança, gestão de incidentes, emergências e recuperação de desastres, além de resiliência corporativa e continuidade de negócios. “Foi um dia dedicado a debates sobre a segurança patrimonial, pública e cibernética com o compromisso de apresentar conhecimentos e informações para tornarmos, enquanto sociedade, os ambientes digitais e físicos mais seguros”, ressaltou Fabio Brodbeck, diretor da Vertical Security Tech da ACATE, sobre a programação idealizada pelo grupo de empresas catarinenses de tecnologia.
Em meio ao Security Tech Day 2024 foram lançados dois livros: “Resposta a incidentes cibernéticos: uma visão multidisciplinar”, organizado por Dionice de Almeida e Luciano Takeda; e “Inteligência Artificial e tecnologias inovadoras”, coordenado por Leticia Provedel e Tatiana Campello, e entre as autoras está Karina Haidar Müller, que esteve presente no evento.
O encontro também proporcionou ao público acesso a uma feira de negócios com a presença de empresas de tecnologia e parceiros do evento que demonstraram soluções. Esta edição contou com o patrocínio da Dell Technologies, que é mantenedora da Vertical Security Tech, da Connection Segurança e Infraestrutura, Onix, Macnica DHW, Ostec e Conformitá. Foram apoiadores a Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (ABSEG), fundação ASIS, portal NetSeg, Revista Segurança Eletrônica e Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist).
A Vertical Security Tech da ACATE, realizadora do evento desde 2022, é composta por mais de 50 empresas de tecnologia. Estes negócios atuam com soluções para segurança de dados, em áreas de monitoramento, softwares e hardwares, automação inteligente, reconhecimento facial e proteção cibernética, entre outras. Para saber mais sobre o grupo, clique aqui.
Confira alguns destaques das palestras e painéis do Security Tech Day 2024:
Tecnologias emergentes: soluções, desafios e futuro da segurança digital
O Security Tech Day 2024 colocou foco sobre o paradoxo que surge a partir da evolução tecnológica. Para Onédio Siqueira Seabra Junior, presidente da Associação Internacional de Inteligência Artificial (I2AI) e palestrante que abriu a programação do evento, as tecnologias emergentes como a IA tem um papel contraditório, podendo elas serem utilizadas como soluções para garantir segurança, mas também como instrumentos para ataques cibernéticos.
No contexto de desafios está a proteção em um momento em que as informações pessoais e de organizações migram para o ambiente digital, onde os dados estão sensíveis ao impacto crescente de fraudes eletrônicas, golpes e ameaças hacker.
A privacidade de dados foi tema de painel com a participação de Edison Fontes, CISO na NAVA, Manuela Loeser, Data Privacy Manager na Accenture, Patricia Peck Pinheiro, CEO na Peck Advogados, e mediado por Cassio Brodbeck, CEO da OSTEC e sócio da RTC. O debate foi pautado pela conformidade de empresas e instituições a legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigência desde 2020. Entre os avanços apontados está a integração entre as áreas jurídica e de tecnologia dos negócios, mas ainda é um desafio a capacidade de investimentos para manter a adequação como um programa contínuo. Os especialistas também elencaram a oportunidade de segurança e privacidade serem diferenciais competitivos e de sobrevivência, por exemplo, para fornecedores e desenvolvedores de tecnologias com a implementação do método security and privacy by design.
Entre os segmentos de mercado que se destacam em adotar políticas de segurança e privacidade está o setor financeiro, que nos últimos anos avançou no processo de digitalização. O Security Tech Day reuniu lideranças da área em painel mediado por Lourenço Tosetto, CEO da Conformità Compliance. Em pauta estiveram esforços contra ameaças apresentados por Raphael Parreira, head de Inteligência e Investigação no Santander, e representando a Caixa Econômica Federal, Saulo Pessoa Batista dos Santos, consultor estratégico, e Marcelo Nunes dos Santos, gerente de Centralizadora, junto a Gustavo Pires de Sá, coordenador de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da Polícia Federal (PF).
O debate sobre o sistema bancário ressaltou que as fraudes são uma exceção no segmento ao comparar o número de ataques com a quantidade de transações. Para atuar contra organizações criminosas, o agente da Polícia Federal apresentou a plataforma Tentáculos, a qual é uma iniciativa da PF que unifica em um banco de dados todas as notícias-crime sobre fraudes, possibilitando maior eficiência policial nas investigações e na análise dos crimes. O Tentáculos foi desenvolvido em parceria com a Caixa e, hoje, abrange outros bancos por meio de acordos com instituições como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
No Security Tech Day, o presidente da ACATE e CEO da Teltec Solutions, Diego Ramos, destacou em palestra que há espaço para soluções de segurança que podem utilizar os benefícios das tecnologias em diferentes segmentos: “Vemos oportunidades relacionadas a tendências de mercado, entre elas, a IA, análise preditiva, automação e soluções baseadas em dados”. O palestrante Onédio Seabra também complementa que a IA é capaz de promover “detecções precisas a partir de grandes quantidades de dados, reconhecer padrões e agir com velocidade de resposta”, ressaltou. Ambos também abordaram como desafio a escassez de profissionais de segurança para suprir a alta demanda de vagas pelas empresas, o que compromete a resiliência cibernética dos negócios.
Resiliência corporativa: gestão de incidentes e continuidade de negócios
O Security Tech Day também apresentou conteúdos voltados para boas práticas e experiências sobre como organizações podem construir resiliência para prevenir e enfrentar incidentes, além de garantir a continuidade de negócios e atividades.
Um dos exemplos de gerenciamento foi apresentado pelo palestrante Gustavo Caleffi, sócio-diretor Institucional da Squadra Gestão de Riscos. Ele compartilhou sua experiência como gestor de crise da Prefeitura de Porto Alegre durante catástrofe climática que atingiu o estado do Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024. Caleffi relembrou o colapso em setores essenciais como o de comunicações, saúde, transportes e logística, além da falta de plano de emergência, de equipamentos para forças públicas e de infraestrutura nos pontos de início e fim de resgate.
O gestor destacou características desafiadoras em momentos de emergência para quem é responsável por gerenciar: “ter experiência e perfil para atuar em gestão de crise, capacidade psicológica, iniciativa e relacionamento no âmbito institucional e com a comunidade”.
Em outro painel da programação do evento, mediado por Tácito Augusto, CEO da plataforma t-Risk, e com a participação de Ana Flavia de Bello Rodrigues, CEO na startup CoSafe, e Dov Smaletz, superintendente de Segurança no Hospital Israelita Albert Einstein, o debate foi sobre a construção de resiliência por meio de estratégias para a prevenção de catástrofes e o papel da comunicação. Um dos exemplos de boas práticas apresentados foi a realização de treinamentos através de simulados de emergência organizados pelo Albert Einstein junto a forças públicas.
A prevenção e educação foram pilares do painel com a presença de Marta Helena Schuh, diretora em Cyber na Howden BR, Alan Fernandes, gerente de Segurança no Santander, e Geórgia Benetti, Product Manager na Dataforall. Eles destacaram a necessidade das empresas identificarem internamente problemas que podem ocasionar em incidentes e que a segurança deve fazer parte da cultura do negócio. O debate também foi dedicado à importância do seguro cibernético para a mitigação de riscos e perdas financeiras decorrentes de falhas de segurança.
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