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ACATE discute necessidades e oportunidades para a ativação do 5G em SC

Evento promovido pelo GT sobre o 5G da Vertical Smart Cities da ACATE reuniu autoridades e especialistas para discutir oportunidades.

O Grupo de Trabalho sobre o 5G, da Vertical Smart Cities da ACATE, realizou na última segunda-feira (09) um encontro no CIA Primavera para discutir as necessidades para a ativação da quinta geração de telefonia móvel, as oportunidades para acelerar esse processo e os benefícios a serem explorados com a tecnologia. O evento “5G Presente e Futuro em SC” integra uma série de ações do grupo para agilizar a implantação da tecnologia em Santa Catarina junto a autoridades municipais e estaduais, além de operadoras, empresários e demais órgãos públicos. Para assistir à gravação do evento, acesse o canal de YouTube da ACATE.

O evento contou com a participação de Renan Antoniolli, especialista no desenvolvimento de negócios 5G na Intelbras, o deputado estadual Jair Miotto, Moris Kohl, secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Fábio Zabot Holthausen, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e João Florêncio da Silva, gerente do Departamento Regional do Sul da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Fernando Oliveira, coordenador do Grupo de Trabalho sobre o 5G, iniciou o evento apresentando um panorama das telecomunicações no Brasil e o histórico da chegada do 5G ao Brasil, que está em sua última etapa, de ativação do serviço.

O processo de implantação do 5G no Brasil passa pelo edital de leilão publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que distribuiu entre empresas a operação de quatro frequências de rádio e definiu compromissos a serem cumpridos até 2029. O leilão aconteceu em 04 de novembro do ano passado. Na mesma data, a ACATE realizou um evento para debater ações de fomento à instalação de antenas do 5G nas cidades catarinenses, entre elas a atualização das legislações municipais para receber nova infraestrutura e facilitar a implantação de antenas de pequeno porte.

Fernando Oliveira destaca a atuação do grupo que tem realizado reuniões constantes em diversas cidades de SC para que a última geração de telefonia móvel chegue ao estado e possa servir com estímulo à inovação e ao desenvolvimento de produtos e serviços de alta tecnologia. “O grupo tem dois objetivos: o primeiro é levar a necessidade para os municípios adaptarem suas Leis de Antenas. E o segundo é fomentar o ecossistema de inovação de SC para o desenvolvimento de aplicações que utilizarão redes do 5G”, define.

Durante o evento “5G Presente e Futuro em SC”, foi lançado um painel desenvolvido pela Teltec Solutions em parceria com a ACATE, que apresenta um mapeamento dos municípios catarinenses que já promoveram adaptações em suas respectivas Leis das Antenas. De acordo com o edital, a ativação do 5G poderá ser antecipada e priorizada nesses municípios que cumpriram as modificações legais. Esse processo se dará gradualmente, com início em julho deste ano, quando as capitais deverão receber uma Estação Rádio Base (ERB) a cada 100 mil habitantes. Nesta fase, Florianópolis receberá no mínimo cinco antenas.

Os demais municípios também poderão receber a infraestrutura, mas dependem da migração do sinal de TV das antenas parabólicas, que operam na banda C e passarão a operar na banda Ku. A mudança se deve à redução dos problemas de interferência no sinal. A implantação nas capitais é prioridade até 2025, quando serão privilegiadas as instalações em cidades acima de 500 mil habitantes, como Joinville. Até 2028, a tecnologia deve abranger 50% dos municípios e em 2029 deve-se atingir a totalidade.

Neste período, as operadoras responsáveis pelas frequências leiloadas que abrangem Santa Catarina possuem compromissos além do 5G, como abranger a sede de 53 municípios e atingir 208 localidades com o 4G, e também, cobrir 89 trechos de rodovias federais, que correspondem a 793 km.

Oportunidades com o 5G

A conexão 5G traz benefícios como maior velocidade, estimada em um gigabit por segundo, menor latência ao ter um milissegundo de tempo de resposta e a possibilidade de conectar um milhão de dispositivos simultaneamente. Além disso, espera-se impactos econômicos, de inovação e eficiência, e também, na balança comercial. Esses efeitos da utilização da tecnologia são listados pelo “Relatório do Ecossistema 5G Brasil”, produzido pela entidade de auditoria e consultoria empresarial Deloitte em parceria com o Programa das Nações Unidas (PNUD) e encomendado pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (SEPEC), do Ministério da Economia.

O estudo relaciona o Brasil com a experiência de demais países que já implementaram o 5G e como o ecossistema brasileiro pode utilizar deste conhecimento para desenvolver políticas públicas para fomentar o mercado de tecnologia, o empreendedorismo, garantir suporte financeiro e tributário e estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação. 

As oportunidades para Santa Catarina na aplicação do 5G foram tratadas na participação do secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Moris Kohl, e do deputado estadual Jair Miotto, presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia. Ambos destacaram o papel do uso da tecnologia em áreas como a telemedicina, segurança pública, o agronegócio, o setor metalmecânico e industrial do estado que podem acelerar processos com a quinta geração de telefonia móvel.

O “Relatório do Ecossistema 5G Brasil” estima que a aplicação do 5G gere mais de R$ 590 bilhões em benefícios, como otimização de processos e redução de custos, por todas as verticais de economia. Sendo o uso de softwares responsável por R$ 101 bilhões, valor que é dividido em R$ 91 bilhões por desenvolvimento de aplicações e R$ 10 bilhões por redes desagregadas abertas que serão demandas específicas para melhor explorar as potencialidades da tecnologia.

O presidente da FAPESC, Fábio Zabot Holthausen, disponibilizou a fundação e a estrutura das Redes Catarinenses de Tecnologia e Centros de Inovação para apoiar iniciativas. “A FAPESC, enquanto órgão de fomento, pode ajudar e desenhar programas de formação, living labs e projetos que permitam novos usos e aplicações do 5G, desde projetos acadêmicos até com os empreendedores”. Fábio ainda acrescenta que a instituição está promovendo pesquisas sobre o impacto do avanço da digitalização da economia e da internet 5G sobre a competitividade no estado.

Outra oportunidade de financiamento de projetos 5G é a submissão de soluções à FINEP que disponibiliza linhas de fomento à implantação e desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores. O programa realizado pela empresa pública é o FINEP 5G e possui mais informações disponíveis neste link.

Santa Catarina é pioneira no desenvolvimento de soluções em 5G para indústria através da atuação da Intelbras. Entre os produtos apresentados por Renan Antoniolli, durante o evento “5G Presente e Futuro em SC”, está a CPE 5G, que funciona como um modem com compatibilidade 5G que se conecta à operadora sem a utilização de cabos ou fibra e permite a menor incidência de pontos cegos no ambiente. A linha de produtos da Intelbras para o 5G abrange CPEs indoor, outdoor, IIOT e redes privativas.

Além disso, a empresa catarinense participou do primeiro projeto comercial de 5G do Brasil, realizado em parceria com a Claro, a Ericsson e a Rede Globo, na transmissão do Carnaval de São Paulo, em abril de 2022. O projeto utilizou a transmissão por ondas milimétricas na frequência de 26 GHz, que oferece velocidade de até 10 gigabits por segundo.