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ACATE junta saúde e tecnologia em segunda edição de evento

Na última quinta-feira (13), ocorreu na sede da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), em Florianópolis, a segunda edição do evento +Saúde, Tecnologia e Inovação. Promovido pela Associação em parceria com a Unicred, o evento contou com keynote do Dr. Paulo Chapchap, CEO e Diretor Geral do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, e mesa redonda com participação de Ademar José de Oliveira Paes Jr., presidente da Associação de Catarinense de Medicina, e de Walmoli Gerber Jr., diretor da Vertical Saúde da ACATE. Na programação, realizada das 10h às 18h30, também foram apresentados cases de sucesso de empresas desenvolvedoras e promovidos momentos de networking durante o almoço, o coffee e o happy hour que foram oferecidos.

Com uma apresentação sobre os cenários e tendências da saúde, a abertura da agenda da tarde foi protagonizada pelo Dr. Chapchap. A fala do cirurgião abordou os problemas enfrentados pelo sistema, como o envelhecimento populacional e a desigualdade no acesso a tecnologias para resolver situações de saúde. De acordo com ele, esses desafios resultam em uma variação na qualidade e consequentemente o aumento dos custos.

Parte da fala de Chapchap foi dedicada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com grandes elogios ao setor público, avalia que o setor privado é 20-30% mais eficiente em produtividade de qualidade e conclui que existe espaço para uma maior participação desse setor dentro do sistema público. Também, em sua fala, abrangeu a atenção básica — resultante de 80% dos agravos e uma das carências do modelo. No Brasil, pela alta formação em especialistas e não em técnicos, há 0,1 médicos de atenção básica a cada 1.000 habitantes. Na Alemanha a relação é de 1,7/ 1.000.

O Hospital Sírio-Libanês é uma instituição centenária criada em 1921, durante a imigração em massa dos libaneses para o Brasil. Inicialmente chamado Sociedade Beneficiente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, foi uma fundação criada por mulheres em um momento que se mostrava em caráter urgente a necessidade de um hospital que atendesse a todas as classes sociais. “O sentimento é de retribuição, o que fazemos não é caridade”, afirmou o Diretor Geral.

Foi enfatizado pelo Dr. Chapchap a importância da solução humanista ser levada em consideração antes da solução econômica. As atuações do Sírio-Libanês se concentram na tecnologia, no empoderamento do paciente e no compromisso social. Baseado na metodologia lean, o hospital atua em São Paulo, com três unidades; em Brasília, com quatro, e na Saúde Corporativa, com 15 unidades já implantadas em seis clientes.

O uso de novas tecnologias e ferramentas digitais estão entre os muitos fatores que interferem diretamente nos cuidados com a saúde e na transformação da medicina. Rafael Ribeiro, diretor de inovações do Sírio-Libanês, foi chamado pelo Dr. Paulo para participar da apresentação e falou sobre os projetos de transformação digital que integram o hospital. São 18 iniciativas, 11 squads de tecnologia e 81 pessoas envolvidas na área.

As 30 empresas que compõem a Vertical Saúde, anfitriã do evento, desenvolvem soluções inovadoras para a área, com capacidade para atender demandas como as do Sírio-Libanês, atenção primária do SUS, eficiência em hospitais, controle de radiações, entre outras. Três delas apresentaram seus cases de sucesso na parte final da programação. A Visto Sistemas contou sua experiência com a Nanovetores Tecnologia S.A, apresentando a importância de seu software na eficiência de um sistema de qualidade; e a Sensorweb, junto ao Sabará Hospital Infantil, destacou sua tecnologia no monitoramento hospitalar à distância. O final das apresentações foi marcado pelo trabalho colaborativo de uma escola pública com uma startup de impacto social, o case da Escola Básica Intendente Aricomedes da Silva (EBIAS) e da CogniSigns, no diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) por meio da tecnologia.

O evento totalizou R$ 2.700,00 arrecadados com as inscrições e terá toda a quantia doada para o Hospital Infantil Joana de Gusmão por meio da Associação de Voluntários de Saúde do Hospital Joana de Gusmão (AVOS).